Você já encarou a Dragodorf?
Olá a todos!
Neste artigo do chess.com, cobrirei os temas posicionais por trás da ''dragondorf''. Você já conhece ela?
Para os jogadores da defesa siciliana é muito agradável jogar uma Najdorf (1. e4 c5 2. Nf3 d6 3. d4 cxd4 4. Nxd4 Nf6 5. Nc3 a6) e uma Siciliana Dragão (1. e4 c5 2. Nf3 d6 3. d4 cxd4 4. Nxd4 Nf6 5. Nc3 g6). Porém, você já experimentou jogar uma variante "dragondorf"?
Essa é uma variante raramente usada e é útil para quem quer sair das linhas principais e surpreender um pouco o adversário. Como você já deve ter percebido, o nome "dragondorf" vem da mistura entre a Najdorf e a Dragão. Que tal darmos uma olhada mais profunda nisso?
Após o lance Be3 das brancas (que é a linha mais normal da Dragão para depois jogar Dd2 e roque longo), as pretas fazem a6, que é o lance que define a Najdorf. Assim como a Dragão normal, essa é uma defesa muito agressiva que foca os seus ataques na ala da dama. Mas como as brancas respondem a isso?
Aqui o que é mais jogado é a mesma ordem de lances da Dragão que já estamos acostumados: Dd2 e e O-O-O. As brancas devem saber que terão problemas na ala da dama se não fizerem os lances mais precisos, pois é lá onde o ataque ocorrerá, o que é uma ideia agressiva, afinal de contas, o rei está na ala da dama.
Mas primeiro vamos entender como as negras desenvolverão suas peças na ala da dama. O plano das negras vai ser jogar b5 (por isso o lance a6 que tem a mesma finalidade da Najdorf) para depois jogarem Bb7 e Nbd7. Essa será a formação de peças que usaremos em nossas partidas. Não é necessário fianquetar o bispo negro em g7 tão cedo.
Veja a formação de peças de ambos os lados. O nosso sistema com b5, Bb7 e Nbd7 ficou bom para o nosso ataque. O lance f3 jogado pelas brancas serve para uma melhor estrutura de peões e é um lance profilático para impedir Ng4. Mas como iremos atacar?
Aqui vamos ter em mente que nosso ataque começará com uma expansão dos peões coordenada. Com a palavra coordenada eu digo uma ordem de lances que deve ser seguida. Os lances que faremos são b4 em primeiro lugar atacando o cavalo, e5 e depois d5.
Jogamos o lance b4. Perceba que de certa forma o cavalo de c3 está um pouco limitado. Ele não tem a casa d5, já que há duas peças defendendo. Na posição acima, uma melhor opção ao invés de Na4 seria o lance Nce2 pois ele prepara Ng3 para um ataque na ala do rei das negras. Continuando o nosso ataque, você se lembra do lance "Bg7"? A primeira vista, você pode ter pensado "que lance ruim! O bispo não faz nada batendo nos peões!". Porém, é no nosso d5 que ele será fundamental. Mas lembre-se: e5 primeiro. Se ocorrer essa variante na qual o cavalo vai para a4, então o e5 é ótimo para se obter vantagem no espaço. Até aqui, tudo muito normal. Mas porque eu disse que você deve jogar o lance b4 primeiro? A resposta é simples. Se você jogar e5, então Nb3 e se b4, agora o cavalo de c tem a casa d5, já que há mais peças brancas defendendo. Nosso ataque está funcionando bem até agora. Dê uma olhada:
Veja a ordem dos lances que fizemos e como ela é efetiva. O lance d5 fica no centro, abre o bispo e é consideravelmente agressivo. Mas aqui a4 também é forte seguido de d5. Mais tarde, poderemos avançar com d4 e a4 para depois passarmos nossas peças menores para o ataque. Veja uma das variantes em que isso ocorre:
Na posição acima as pretas precisam ter cuidado, pois podem acabar abrindo a coluna h para a torre ficar muito ativa.
